domingo, 6 de julho de 2025

O INCENSO MÁGICO

 Havia um monge que morava num ashram no alto de uma montanha, junto com um grupo de discípulos que meditavam todos os dias ao lado de um mestre espiritual profundamente sábio.


Certo dia, o monge começou a sentir um aroma perfumado de incenso...

Ele sentia aquele perfume como quem escuta, pela primeira vez, a voz do silêncio.
E esse aroma... era como se fosse uma presença espiritual.
Não havia como descrevê-lo.
Era maravilhoso.
Uma mistura de essências sutis que tocavam suavemente suas narinas, como se cada molécula carregasse um sussurro divino.

Movido por esse mistério invisível, ele percebeu que o perfume vinha da sala onde costumavam meditar. Era quase como uma força magnética puxando-o em direção àquele espaço sagrado.
Ao adentrar o recinto, viu seu guru em meditação profunda, entoando o mantra Om, com um incenso aceso ao seu lado.

Então, o monge finalmente descobriu a origem daquele perfume encantado.
Naquele instante, o mestre abriu os olhos, sorriu, pegou uma pequena caixa repleta de incensos e entregou uma vareta ao discípulo, dizendo:

— Tome este presente. Este é o perfume que os deuses sentiram antes de sonharem com a criação do mundo.
Muitos anos atrás, meu mestre me ensinou essa fórmula mágica — feita de ervas aromáticas, óleos raros e segredos do coração. São 30 ingredientes, cada um carregando um sopro do invisível. Acenda no dia mais importante da sua vida.

O discípulo, com os olhos brilhando, correu até seu quarto e guardou o incenso no fundo da gaveta, como se guardasse uma joia.
Os anos passaram. O mestre havia desencarnado.
E numa noite em que a saudade apertou o peito, o monge decidiu acender o incenso que guardara com tanto zelo.

Mas, para sua decepção, o aroma era fraco, sem graça... apenas o cheiro de madeira envelhecida queimada.
Nada lembrava o perfume celestial que vivia em sua memória.
Frustrado, decidiu apagar a vareta.

E, naquele exato instante, uma luz suave preencheu o quarto.
Diante dele, seu mestre espiritual se materializou, envolto por uma paz radiante.
Emocionado, o monge foi se ajoelhar, mas o mestre impediu, pousando a mão sobre seu ombro e dizendo com voz serena:

— Você guardou o incenso... e ele perdeu a essência.
Os aromas evaporam, meu filho. A vida também.
Eu disse para acendê-lo no dia mais importante da sua vida...
E o dia mais importante da vida de qualquer ser é o agora.

Quantos agoras você deixou passar... esperando por um momento especial, enquanto a vida — como o aroma — escorria silenciosamente?

Não é o futuro que carrega o sagrado. É o instante presente.
O agora é o altar onde a alma encontra Deus.
E só os que vivem plenamente o agora sentem o verdadeiro perfume da existência.

 

Paz e Luz

Diego Roque - 06/07/2025

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