Viver sem medo é quase impossível, principalmente dentro de
um mundo onde o medo é a maior ferramenta de controle coletivo que existe.
Desde criança o medo vai sendo colocado dentro do ser humano, e essa é a maior
causa de bloqueios energéticos.
Só que o espírito não tem medo. Quando chegamos aqui, não temos medo, no
sentido espiritual.
O Arcano Zero do Tarô, que é o Louco, representa essa alma pura que não tem
medo.
Mas o corpo humano é programado para ter o medo de morrer. Esse medo é
instintivo, e ele é fundamental para a preservação da vida. Se tiver na sua
frente um copo escrito “veneno”, você não vai tomar. Se tiver passando um carro
na rua, você não vai atravessar.
Agora, todos os outros tipos de medo são bloqueios. Por exemplo: o medo da
morte e, por consequência, o medo de espíritos; o medo do invisível.
E é por isso que a grande maioria das pessoas prefere o inferno conhecido ao
paraíso desconhecido, porque tem o medo embutido.
E esse é um medo implantado dentro do ser humano.
Historicamente, a religião sempre fez isso: dominação pelo medo.
Seja o medo de você ir para o inferno ou o medo do carma.
E não é que toda religião faça isso – até existem correntes que buscam
justamente libertar e expandir a consciência – mas é inegável que, na maioria
dos contextos religiosos, a espiritualidade foi distorcida em mecanismo de
poder.
Por exemplo:
Medo da morte: ao invés de acolher a morte como parte
natural da existência, criam narrativas de punição pós-vida... inferno,
sofrimento eterno, dor, punição, flagelo. E isso gera obediência pela ameaça
inconsciente de sua luz.
Medo dos espíritos: ao invés de abrir a percepção
para as múltiplas dimensões da vida, algumas religiões trazem o invisível como
“perigoso”, “proibido”, pecaminoso... a ilusão do pecado.
E aí entra o medo do castigo divino: onde transformam Deus
numa pessoa má e vingativa, quando, na verdade, é o inverso. Deus é fonte
inesgotável de amor. Outro aspecto de repressão é a sexualidade e o pecado.
Pecado não existe. O que existe são comportamentos que podem fazer bem ou mal
para você e para o próximo. E a sexualidade é energia vital, é a força
criativa, ligada ao prazer, à fertilidade, ao despertar espiritual. O seu
despertar espiritual não vem do chakra frontal, vem da sua alma, vem da força
vital que anima tudo.
Mas quando a religião coloca o sexo como pecado, ela corta a conexão natural do
ser humano com sua própria potência criadora.
E por isso existem tantos casos de abuso dentro das religiões.
Então, quando a religião coloca o sexo como pecado, ela corta a conexão natural
do ser humano com o sagrado. E aí gera culpa, repressão, vergonha, e isso
facilita a manipulação, porque um povo culpado e reprimido é mais fácil de
dominar. Um grupo que não questiona por que tem medo é um grupo manipulável.
E quando você entrega o seu sagrado na mão de um terceiro, você perde a conexão
da sua alma com Deus.
E esse medo que é embutido no ser humano afeta a vitalidade, afeta a
realização, a conexão com a espiritualidade.
E aquilo que se diz espiritual muitas vezes é só mais um instrumento de
dominação. Lembrando que religião e política sempre caminharam juntas. Então
não pense que vai ter um salvador na política, porque você vai cair em mais uma
armadilha. Políticos não falam de despertar da consciência, não falam de
questionamento. O líder religioso também não, porque eles não querem que você
questione, eles não querem que você desperte. Qualquer um. Não tem lado. Todos
eles estão do mesmo lado: é o lado do poder. E quem tem poder só quer mais
poder, e vai usar o medo para se perpetuar nesse lugar. Observe: são os mesmos
líderes religiosos há anos, e quando aparece um novo, ele tem o mesmo perfil,
até o mesmo jeito de falar.
O medo contínuo corrói a alegria. Tira a vontade de
realização. O medo tira a vontade de viver. Ele rouba a espontaneidade, diminui
a capacidade de sentir prazer.
O medo tira o “tesão” pela vida.
E tira no sentido literal: perda de libido, apatia, falta de entusiasmo.
E, nesse caso, o ser humano passa a viver encolhido, com medo de errar, em vez
de expandir; medo de experimentar; medo de criar.
E, com isso, você perde a motivação de realizar, sejam coisas boas para você,
pela sociedade, pelo próximo, pelo planeta. Esse movimento do medo se infiltrou
na espiritualidade universalista, porque tem um monte de canal na internet que
só fala disso... tem um monte de perfil na internet que só fala de fim de
mundo, caos, previsões que sempre são negativas. Eles não falam sobre fazer o
bem, sobre ajudar o próximo. E esse movimento tem criado conexões muito
negativas, onde estudantes da espiritualidade entram nessa vibração,
principalmente aqueles que se acham especiais, aqueles que se acham diferentes,
aqueles que querem ir morar em outro planeta, aqueles que acham que a
humanidade não tem jeito.
Hoje, até mesmo dentro do espiritualismo moderno, o medo continua sendo usado
como ferramenta de influência. Só que agora ele aparece com uma roupagem
diferente: é o medo “namastê”, o medo “new age”. Agora quem vem trazer o medo é
o ser de Andrômeda, e aí traz mensagens de “previsões catastróficas”, anúncios
de “fim dos tempos”, profecias apocalípticas.
Observe: são conteúdos que só falam de ataques espirituais, obsessores, chips,
catástrofes globais, conspirações ocultas. E o pior: falam que agora o carma
não existe e que aqui é um planeta-prisão. Tem gente que fica vidrada nisso, e
quem está propagando esse tipo de energia negativa também está preso aqui, faz
as mesmas necessidades, tem que pagar contas.
O curioso é que, em vez de libertar, esse tipo de espiritualidade mantém as
pessoas presas na mesma lógica que a religião tradicional usa: o medo como
forma de paralisar a consciência, ao invés de despertar coragem.
Ao invés de motivar a evolução, instala a ideia de que tudo já está perdido. Ao
invés de fortalecer, mina a vitalidade.
Aí fala que a humanidade está chipada... e, na verdade, está colocando o chip
do medo em você. Fala sobre teoria da conspiração, mas essa pessoa está
conspirando contra você. Procure olhar nos olhos dessas pessoas, você vai ver
que tem uma energia nebulosa. Tenho certeza: se eu falasse sobre esses temas, teria
muitas pessoas inscritas no canal. Se eu criasse um curso chamado “Manual para
acessar a nave alienígena que vai salvar você”, tenho certeza de que ganharia
muito dinheiro. Ou uma palestra sobre previsões e guerras espirituais,
conflitos no astral, mas eu sei o preço kármico disso, sei que despertar a
consciência dá trabalho e quem vive em estado constante de alerta e medo não
cria, não realiza, não constrói nada de novo, porque vive olhando para o “que
pode dar errado” em vez de investir energia no “que pode dar certo”, prefere
procurar obsessor em vez de buscar motivos para se tornar um curador. Prefiro
ser a pessoa que fala sobre dar certo, prefiro ser a pessoa que fala sobre
fazer o bem em vez de combater o mal, prefiro falar sobre evolução do que
salvação.
Às vezes eu escuto “fora da caridade não há salvação”. Eu questiono essa
frase.
Eu já cansei de ver gente caridosa, super arrogante, preconceituosa,
prepotente.
A mesma pessoa que fez 100 marmitas para os pobres chegou em casa e brigou com
a família, tratou mal os vizinhos, nunca se preocupou em dar um pedaço de bolo
para o porteiro de seu prédio. Uma vez fui a um templo numa visita guiada, e a
pessoa que estava conduzindo o grupo, que estava fazendo ali um trabalho
voluntário, estava lá para fazer o bem, era um baita de um arrogante, soberbo,
tratou mal todas as pessoas que estavam lá, muitos ficaram desconfortáveis.
Um cara dentro de um templo que pregava o amor e a compaixão, e na prática só
compartilhou negatividade.
Tinha um local que eu frequentava em Santos, há muitos anos, e o palestrante
era preconceituoso, nitidamente. E onde que a caridade salvou essa pessoa?
Então prefiro dizer que fora da evolução não há salvação.
E, na evolução, a gente faz o bem, pratica a caridade, pratica a generosidade,
a humildade, a tolerância e a espiritualidade universalista.
Porque, nesse discurso de que “fora da caridade não há salvação”, está
embutindo medo e culpa em quem não faz e tem seus motivos para não fazer.
Antes da caridade tem muitas coisas a serem feitas. E até mesmo uma oração, um
envio de energia, uma palavra amiga também podem ser atos caridosos.
É claro que a caridade é necessária, principalmente num mundo com tantas
desigualdades. É óbvio que é importante, e estou envolvido em diversas ações
caridosas. Mas porque eu quero fazer, sinto em meu coração, não por medo ou
culpa. É importante que o serviço seja desinteressado e não motivado por culpa
ou medo, ou pior ainda, fazer caridade para ter créditos espirituais que você
vai usar na colônia espiritual quando desencarnar.
O melhor crédito a ser adquirido é a sua evolução.
O amor é o melhor caminho.
A maior revolução que você pode fazer no planeta é ter coragem de propagar o
amor.
O medo espiritualizado rouba a motivação de fazer o bem –
para si, para os outros, para o planeta. Porque o medo é uma energia vampira,
que encolhe, que retrai, rouba, fecha as
portas da mente e tranca o coração. Um ser humano encolhido não expande
consciência, não sente prazer de estar vivo, não tem impulso para criar algo
maior.
A verdade é que o espírito não tem medo, o medo está
no corpo, na mente condicionada e nas narrativas externas. Minha querida amiga,
meu querido amigo, tenha coragem de ser feliz, coragem de sair da caixinha.
A espiritualidade não é um aviso de perigo constante. É um
convite para o seu despertar. É um convite à coragem, à alegria de estar
presente e vivo.
Porque viver é a maior dádiva que existe. Se o medo te paralisa, ele não está
vindo da sua alma, ele está vindo de fora. Alguém plantou isso em você.
Pense em quantas coisas boas você já deixou de viver porque teve medo. E toda
vez que você escolhe seguir pela vibração do amor, do entusiasmo e da criação,
você desmonta esse ciclo de controle e dominação. Então você volta a se
conectar com o divino.
A força da matrix sempre vai tentar te paralisar, sempre vai colocar medo em
você, daí vem o medo de ser julgado, criticado, comparado, e isso bloqueia a
sua força interior. Muitas vezes, na minha vida, eu já fui parado pelo medo, e
ainda sou. E falar sobre isso me ajuda no meu processo de despertar.
Sei que muitas pessoas têm vontade de mudar, mas não têm força, porque foram
minadas pelo medo, uma dica que eu posso te dar é: pare de se conectar com
esses alarmismos, pare de pensar em salvação, pare de consumir conteúdos que te
deixam em paranoia constante, não existe inimigo a ser combatido, não existe
uma conspiração que fez esse planeta se tornar uma prisão, aqui não é um
planeta-prisão, é um planeta-escola, a prisão está na mente, e a liberdade está
no coração. Se você purificar seu coração, você também purifica a sua mente.
Não fique só pensando no carma negativo, pense no bem. Só de pensar em melhorar
você já está melhorando. Lembre-se Você não é especial, eu não sou, ninguém é. Não
existe escolhido, até porque, se tivesse um escolhido, todos os outros seriam
excluídos. E Deus não exclui ninguém, Deus é amor.
Paramahansa Ramakrishna disse:
“A mente é como uma agulha coberta de lama, e Deus é
como um ímã. A agulha não pode se unir ao ímã a menos que esteja livre de
lama.”
Enquanto a gente não limpa essa agulha, ela não consegue ser
atraída por Deus. Então precisamos buscar a purificação da mente, e o medo
apenas suja a mente.
O que vem da alma é sempre paz, a vida não é para ser temida, é para ser
vivida.
Não foque a sua atenção na guerra, direcione a sua atenção para a paz. Não tema
a Deus. Ame Deus com todas as suas forças. Não precisa ter medo do sagrado. Você
pode pensar em Deus de diversas maneiras: como se Deus fosse uma mãe que te
acolhe, alimenta, aconchega. Ou você pode pensar em Deus como um pai amoroso
que te dá coragem para viver a vida, que elogia, incentiva. E ambos só querem o
seu bem.
O medo espiritualizado é apenas mais uma máscara do controle, mas, quando você
escolhe o amor em vez do medo, você recupera o seu poder. Então, olhe para
dentro e lembre-se: viver é a maior dádiva que existe.
Tenha coragem de ser feliz!
Paz e Luz
Diego Roque
25/08/2025
https://youtube.com/live/bzWyKoeKLVM?feature=share
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